segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Produção de presença



Toda educação é uma mescla política, econômica, social e cultural. A educação, hoje, caracteriza-se pela interação entre o sensível e a razão. Neste sentido a arte assume um papel relevante. Ela é uma possibilidade de desenvolver a sensibilidade para criar uma razão sensível. Neste projeto de estudo para o mestrado, o ato fotográfico do prédio do Colégio Pasqualini- Novo Hamburgo, são as inscrições que estão nas paredes. Resignificar o olhar, principalmente, do aluno através das lentes da câmera fotográfica, perceber detalhes ainda não vistos, valorizar o espaço da escola, relacionar aluno e escola, consciência do espaço, respeitar a escola como espaço social, ampliar a questão de valores a outros espaços, são objetivos que visam uma pesquisa que possibilite uma prática não somente dentro da sala de aula. Então, essa construção estética de uma sensibilidade, da relação da obra com o meio social e cultural, possibilita outro olhar, outro prisma. A proposta inicial é desconstruir um olhar massificado e resignificá-lo dentro de um contexto. Resignificar uma consciência social, política do indivíduo e uma consciência de existência no mundo.

No que diz respeito à produção de presença, interessa captar o que nela, como sendo experiência estética, é capaz de produzir uma manifestação, entendida como o termo que instaura um espaço de fluxo, de êxtase, qualitativamente distinto deste sobre o qual se fundamenta o conhecimento técnico e científico, racional; espaço real de experimentação das coisas e do tempo; das coisas que se dobram sobre o tempo e do tempo que se dobra sobre as coisas. Enfim, experiência que presentifica o mundo, que o atualiza, que torna tangível inclusive o tempo – o presente, o passado e o futuro. Tal possibilidade é ventilada, aqui, pelo uso da fotografia, isso porque nela está intuída uma ação performática. Para Zumthor (2007, p.67), com efeito, “a performance é ato de presença no mundo e em si mesma”, ato na qual o mundo está presente. A problematização e a tentativa de circunscrever o mundo pela imagem – de materializá-lo. Nessa experiência estética –, experiência de mundo que abre o sujeito para o ser; que o coloca nos fluxos e refluxos do corpo e do tempo; experiência que não é para ser somada, definida, mas basicamente vivida, experimentada, de modo pleno e visceral.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns Gela pelo belo desvelamento da história da Instituição, caracterizando ambos os lados e vendo com uma visão fotográfica o mundo existente na passagem dos alunos, (re)construindo a história e colocando-a disponível aos demais!